Resenha: O Brakki

Na pequena e pacata cidade de Cistol, um crime bárbaro choca os habitantes. Uma criança inocente, filha do médico local, é brutalmente assassinada. O culpado? Tudo indica que seja um brakki. Mas o que mais impressiona é o tamanho da criatura. Quem teria coragem de caçar um monstro desta proporção?

O Brakki é uma fantasia sombria que se passa em Elenesta. O livro escrito por André Regal traz consigo personagens incríveis, um enredo contagiante e combates sangrentos de revirar o estômago dos leitores mais sensíveis. Definitivamente, esta obra é tão boa quanto foi prometido e faz valer a empolgação acerca do seu lançamento.

O Enredo

O coração de qualquer livro é a história que ele conta. O Brakki é uma narrativa com uma quantidade grande de mistérios bem conduzidos. André Regal soube citar detalhes cruciais ao longo do enredo que se mostraram determinantes no decorrer da trama. Não é todo escritor que consegue fazer isso sem entregar os segredos ao seu leitor.

Desde o início, com a primeira morte, até o fim, eu fiquei atento procurando qualquer detalhe que me indicasse quem era o culpado. A cada novo crime que acontecia sem a devida solução, eu me inquietava. E o livro soube conduzir isso com tanta maestria que mesmo as mortes de personagens totalmente secundárias mexeram emocionalmente comigo, algo que não costuma acontecer.

E o que falar da série de eventos envolvendo a Ashia? É impressionante como só acontece desgraça com a menina. De longe a personagem que mais me despertou empatia, a menina sofre de tudo e mais um pouco, mas é com ela que temos algumas das revelações aparentemente mais importantes para a série como um todo. Estou muito curioso para saber se e como André Regal vai unir Symas e Vescas à menina de pele escura.

As Personagens

O Brakki apresenta uma quantidade imensa de personagens e muitas delas são relevantes. A construção delas é muito bem feita, o que as torna verdadeiramente esféricas. Temos pessoas boas e ruins, mas há muito mais profundidade que isso em cada uma delas, o que as torna bem mais interessantes.

Symas: o ex-soldado beberrão é talvez a grande estrela do enredo. Ele se recusa a falar do próprio passado e mostra muita competência na execução da sua missão. Entretanto, o pouco que sabemos de início já é mais que suficiente para ficarmos com pena do homem, que perdeu tudo e não demonstra muita força para se recuperar.

Vescas: o ladrão espertinho está em Cistol fugindo de alguns homens da capital. A lábia dele é incrível e, de certo modo, faz com que acreditemos que ele não tem escrúpulos, mas, aos poucos, percebemos que isso não é bem verdade. Vescas é muito carente devido à ausência quase completa do pai na sua criação. É muito interessante ver como isso se manifesta nele. Um detalhe divertido: Vescas é provavelmente o personagem que mais me fez rir no livro inteiro. Não fosse a Ashia, ele seria meu favorito.

Ashia: como definiu André Regal no episódio VI de A Hora do Brakki, ela é um legítimo "para-raio de coisa ruim". Cada capítulo dela é um pouco de "o que vai acontecer dessa vez?" Só um ser sem coração consegue passar pelas partes dela na história e não ficar com pena. Ainda assim, ela é a minha personagem favorita. Eu amei ver a forma como ela cuida do irmão e segue em frente. Também é muito interessante observar como os eventos vão mexendo com a Ashia. Eu tenho altas expectativas para ela na sequência da série.

Bärdey: talvez o vilão mais detestável da fantasia brasileira. O antagonista de O Brakki não é simplesmente mau. Ele é cruel, dissimulado, meticuloso e inteligente. É o típico homem que todos querem ver morto. Os capítulos dele são essenciais para o enredo, mas são também os mais pesados psicologicamente. Não posso me estender muito para não dar spoiler, mas adianto que Bärdey é capaz de fazer o estômago de alguns se revirar só pela simples personalidade dele.

Como Comprar

O livro O Brakki está disponível para venda no site A Lágrima de Giius por R$49,90 com frete grátis. Considerando que é uma obra com mais de 400 páginas impressa com papel de qualidade e uma diagramação lindíssima, além de conter basicamente a melhor fantasia sombria nacional lançada em 2018, eu garanto que você pode comprar o livro sem medo de ser feliz. Vale lembrar que o André Regal autografou e numerou todos os livros dessa primeira edição, o que valoriza ainda mais o seu dinheiro, não? Então não perca tempo! Compre O Brakki e ajude a promover a literatura fantástica nacional!

Conheça o meu trabalho:

As Vozes da Floresta

A Renegada

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