Resenha: Le Chevalier e a Exposição Universal
- ricardorpresende
- 11 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de jun. de 2020

Sinopse
O ano é o de 1867 e Paris prepara-se para celebrar a Exposição Universal, consolidando-se como a capital do mundo moderno! Mas uma ameaça paira sobre a cabeça de Napoleão! Em uma guerra de apenas sete semanas, a Prússia derrota a Áustria e lança seus olhos cobiçosos sobre a rica e aristocrática França. Dos campos de batalha para os becos sujos da capital, dos jantares nababescos a catacumbas infestadas de ratos. Assassinos e chantagistas se espalham no submundo da espionagem internacional. Mergulhado nas trevas, o Bureau convoca o seu melhor homem: Um espião sem passado. Sem nome. A serviço da sua Majestade, ele é conhecido apenas como: Le Chevalier!
Opinião
Le Chevalier é um steampunk situado na Europa com alguns fatores muito interessantes: enredo cheio de mistérios e reviravoltas, crítica social intensa e personagens divertidíssimas. A. Z. Cordenonsi trabalhou muito bem a imersão no cenário proposto e conseguiu criar um clima de instigante do início ao fim.
Os mistérios começam já no início, com um assassinato cometido pelo homem conhecido como "Acrobata". Com a proximidade da grandiosa Exposição Universal, o Bureau não tem outra alternativa senão chamar o — não muito benquisto — Le Chevalier. A cada capítulo, a investigação segue adiante com novas pistas e decisões que vão guiando a história.
Ao longo da nossa jornada pelo livro, além de Le Chevalier, somos levados a conhecer duas personagens genuinamente interessantes. Juliette e Persa.
A primeira — minha favorita no livro inteiro — é uma jovem de apenas doze anos que vive sozinha na rua por conta de seu trágico passado. A mocinha é muito habilidosa com mecânica e sabe ser furtiva como poucos na multidão. Honestamente, se A. Z. Cordenonsi tiver a intensão de retornar a esse universo no futuro, eu ia amar ler uma história que tivesse a Juliette como protagonista.
Já a segunda — de longe a mais engraçada — é marcante pelo jeito afobado e explosivo, isso sem mencionar a fome incontrolável e interminável que o abate. Persa é o codinome deste homem que ocupa muito bem seu espaço como braço direito do Le Chevalier. Pessoalmente, gostei muito do tanto de personalidade que o autor conseguiu inserir nele. Se alguém lesse para mim as falas deste livro e não me dissesse qual personagem as disse, garanto que eu acertaria pelo menos metade das do Persa.
O Cenário
A. Z. Condenonsi misturou real e fantástico no seu cenário de forma muito divertida. O ambiente steampunk foi fácil de entender, mesmo com todos os nomes diferentes que o autor utiliza. Em alguns momentos, senti que houve um pouco de exagero nas palavras em francês, mas acabei por gostar do resultado. Foi uma forma bem interessante de criar a imersão desejada.
A obra trouxe um tom bastante crítico sobre a sociedade ocidental. A poluição das águas foi sempre reforçada com a descrição do odor desagradável dos canais e a miséria das pessoas veio à tona diversas vezes ao longo do enredo. Muitas vezes, o impacto da crítica social no livro chega a chocar.
A Editora
Eu sei! A resenha é sobre o livro, não sobre a editora! Acontece que acho muito importante ressaltar um bom trabalho quando vejo um na minha frente. Eu conheci a editora AVEC em uma entrevista no meio desse caos que é o mercado editorial atual e os vejo fazendo um trabalho muito sério na promoção dos seus autores e na confecção dos seus livros. Le Chevalier tem uma diagramação muito boa, uma capa linda e foi confeccionado com material de qualidade. Melhor que isso, só se tivesse capa dura!
Quanto custa?
No site da AVEC, o livro custa R$29,90, mas, neste momento (11.09.2018), está sendo vendido a R$22,50. Eu correria para comprar logo.

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