Sugestão de Tema: Festival

Como já foi divulgado nas redes sociais, eu estou organizando a antologia Sociedade dos Contos Fantásticos, em parceira com os autores Gabriel L. Maryson, Igor A. Pereira e Vivian C. Mansano, pela editora Flyve (com o selo Voe). A nossa proposta não é aglutinar textos por um tema específico, mas sim promover o gênero de fantasia, que é riquíssimo e muitas vezes vê seus autores nacionais sendo subestimados.

Essa postagem é a primeira de uma série de sugestões voltadas àqueles que querem participar, mas têm dúvidas sobre que assunto ou tema abordar. Em cada texto, trarei também dicas de como usar esses temas.

Preparado? Então vem comigo!

Por que escrever sobre um festival?

Já pensou em quantos festivais diferentes existem no mundo? Uma lista no site Addictable lista dezesseis deles e não passa nem perto de cobrir toda a riqueza de festas espalhadas pelo mundo. Algumas têm sentido religioso, outras não. Todas têm muito conteúdo e é isso que queremos explorar aqui.

Como autores de fantasia querendo escrever um conto, devemos enxergar nos festivais uma oportunidade. Muitos trabalham com elementos sobrenaturais, os quais podemos aproveitar e canalizar para o que desejamos em nossa história. Outros não têm isso de forma inerente, mas são fáceis de se conectarem ao gancho necessário para o enredo fantástico.

Um ponto crucial em fantasia é a contextualização. Festivais são riquíssimos nesse ponto, podendo trazer mais cor a um texto sem graça muitas vezes sem sequer mexer muito na linha do enredo. Uma boa caracterização e o leitor estará se imaginando no meio do Carnaval de Veneza ou celebrando o Dia dos Mortos no México.

E o autor que criou seu próprio mundo? Esse pode e deve enxergar nesse tema a possibilidade real de desenvolver uma história que enriquecerá seu universo. Não existe cultura sem festivais tradicionais. Cabe a esse escritor lapidar esses eventos e usá-los em primeiro ou segundo plano para o desenvolvimento do enredo. Inclusive, esse foi o meu caso quando escrevi o conto "A Festa da Noite", divulgado no Wattpad e que sairá de lá em breve por ocasião do lançamento da minha própria coletânea "Azúria — Contos Fantásticos".

Se essas razões te convenceram e você está interessado em escrever um conto com o tema "Festival", continue comigo. Já falamos sobre o porquê, vamos partir agora para o como fazer.

Escolha um festival

Um conto na antologia Sociedade dos Contos Fantásticos tem o limite de 5000 palavras, que até pode ser excedido se o autor se dispuser a aumentar a meta de vendas (detalhes no edital). O tamanho é mais que suficiente para que o autor consiga caracterizar bem o festival e mostrá-lo com cuidado, mas para que isso seja realmente valioso, é importante que a escolha seja precisa e adequada ao conto em questão.

O festival não pode estar no conto à toa. Sendo o motivo ou a ambientação da história, ele estará inevitavelmente entranhado ao enredo e deve funcionar como tal. Talvez o Festival Internacional de Balões não seja a melhor alternativa para falar de um culto obscuro que quer invocar um demônio maligno que vai acabar com a humanidade.

A escolha também passa por trazer algo novo. Nada te impede de usar o Natal ou a Páscoa, por exemplo, mas são festivais que já foram exaustivamente explorados em vários gêneros literários. Será que recorrer a eles não colocaria o conto em uma posição pouco memorável? Talvez eventos inusitados para uma história de fantasia sejam uma saída divertida, buscando uma pegada mais cômica, mas é um tipo de escolha em que é muito fácil se perder.

Para autores que usam seu próprio universo, essa escolha pode ser mais fácil, uma vez que o festival se torna ajustável às necessidades do escritor. Entretanto, é fundamental ter cuidado para não criar um enredo expositivo demais em que o leitor acompanhe mais um cenário do que uma história.

Festivais religiosos: qual é a linha?

Não há na organização qualquer intenção de censurar os autores na construção de seus contos. Acreditamos que cada escritor é dotado de bom senso para entender o limite entre usar um festival religioso para um enredo de fantasia de forma construtiva (com ou sem críticas) e usar esse mesmo conto como uma premissa para ser ofensivo.

Dito isso, festivais religiosos são uma excelente oportunidade para explorar o sobrenatural que a religião propõe. Trazer esses elementos à tona e usá-los na elaboração de uma história enriquece muito o texto.

Autores de alta fantasia, ao contrário do que muitos imaginam, não estão imunes a esse tópico. Os leitores são inteligentes o bastante para perceber quando há uma relação óbvia e direta entre a religião fictícia e a do mundo real. A ideia é a mesma: bom senso para, se necessário, criticar, não ofender. Passado esse ponto, acredito que aqueles que elaboram seus universos devem pensar muito bem nas religiões de seus mundos fictícios e elas implicam quase sempre em festivais. O conto é uma oportunidade de desenvolver melhor esses fatores, dando mais verossimilhança ao mundo em questão.

Dê asas à sua imaginação

Uma súcubo que usa o carnaval para empilhar vítimas. Um necromante que tenta reviver a amada no Dia dos Mortos. Um mago que deseja ir a um festival de balões para ter contato mais próximo com os espíritos elementais do ar. Essas são apenas pequenas ideias que se encaixariam na nesse tema.

Não importa o quão louca sua ideia soe, ela talvez seja boa se você lapidá-la. E no processo de seleção dos nossos contos, nós estamos dispostos a passar por esse processo contigo. Queremos te ajudar a melhorar sua história ao máximo e, acima de tudo, colaborar com sua evolução como escritor.

Sobre a antologia

A Sociedade dos Contos Fantásticos reunirá de quinze a vinte contos com, no máximo, cinco mil palavras cada. A única regra é que cada conto pertença ao gênero de fantasia, sendo também aceitos gêneros correlatos, como terror e ficção científica. Não há qualquer restrição de tema.

A antologia é potencialmente sem custos para o autor. Além disso, o escritor recebe 70% dos lucros de cada exemplar que ele vende.

Se interessou? Clique aqui para ler o edital ou se inscrever.